Tão simples
De princípio, a senhora tinha um ar alegre. Trabalhava sem qualquer lamento. “São as beatas”, a varrer. Dizia isto não como quem reclama, dizia isto como sendo uma informação importante. Ela própria tinha cara de fumadora. Tinha tanto cara de fumadora! Mas eu era capaz de jurar que ela não fuma.
Ao partir, vi, mesmo à minha frente, uma mulher a fumar. Juntou-se a ela outra, completamente diferente. E juntou-se outra, ainda mais distinta. E criou-se um espaço ali de cumplicidade de fumadores. A primeira parecia tão superficial que impressionava. A outra era estranha, não deixava transparecer quase nada. A terceira sorria imenso, ria até. E acho que foi só neste momento que eu entendi que o fumo é como beber água. Mais tarde, na enésima paragem, um grupo de crianças bem autónomas, nos aguardava, tão coeso. E entraram dando alegria àquele caixote. Sorri imenso, veio-me uma alegria cá para fora. E na paragem seguinte, mais crianças! Ainda mais. Acho que até me ri, aquele rir delicioso de quando estamos sozinhos mas não dá para aguentar.
Bem mais tarde, a criança estava emburrada, não queria estar ali, o que é perfeitamente natural. E era forçada, enquanto a mãe olhava para o ecrã a tentar perceber quantas calorias gastou. O filho era um rebelde. O outro olhava maroto. Parecia imitar aqueles falhados que tentam ser galãs com os truques dos olhos ou do cabelo. Oh, e o rir sozinho foi descontrolado, inevitável.
Ao partir, vi, mesmo à minha frente, uma mulher a fumar. Juntou-se a ela outra, completamente diferente. E juntou-se outra, ainda mais distinta. E criou-se um espaço ali de cumplicidade de fumadores. A primeira parecia tão superficial que impressionava. A outra era estranha, não deixava transparecer quase nada. A terceira sorria imenso, ria até. E acho que foi só neste momento que eu entendi que o fumo é como beber água. Mais tarde, na enésima paragem, um grupo de crianças bem autónomas, nos aguardava, tão coeso. E entraram dando alegria àquele caixote. Sorri imenso, veio-me uma alegria cá para fora. E na paragem seguinte, mais crianças! Ainda mais. Acho que até me ri, aquele rir delicioso de quando estamos sozinhos mas não dá para aguentar.
Bem mais tarde, a criança estava emburrada, não queria estar ali, o que é perfeitamente natural. E era forçada, enquanto a mãe olhava para o ecrã a tentar perceber quantas calorias gastou. O filho era um rebelde. O outro olhava maroto. Parecia imitar aqueles falhados que tentam ser galãs com os truques dos olhos ou do cabelo. Oh, e o rir sozinho foi descontrolado, inevitável.
Sem comentários:
Enviar um comentário