Sei lá.
Sobrevoo as nuvens, neste momento. Mas elas continuam por cima, com toda a sua fofura e sedução. Eu não sei, já fui considerada anormal por adorar este fenómeno que torna a Mãe Natureza a melhor escultora de todos os tempos. Pensar no que elas são cientificamente leva todo o encanto (afinal não dá para saltar nelas como em insufláveis). Contudo, como Pessoa diz, "tudo é absurdo e o sonho é o que menos o é". E, então, sonho e salto, deleitando-me no sonho que é pouco absurdo, por isso, sou até mais normal. segundo Fernando Pessoa.
Epá, mas eu digo "nada é absurdo, nem ridículo, nem óbvio". A realidade só é conhecida por seres omniscientes e nós não o somos. Portanto, sem ter conhecimento de tudo o que conduziu a certa acção, não estamos aptos para designar o absurdo. E os seres com o privilégio (ou responsabilidade) de saber tudinho, não irão achar nada absurdo porque as questões que nos trasncendem explicam tanto e tornam normal, o que quer que seja. Discordo dele, portanto. No entanto, sobrevalorizo o sonho e é nesse sentido que sou menos anormal perdendo-me na minha mente, imaginária também.
O ilusório é um bicho estranho porque não se distingue: chego a não o saber ilusório. Mas é o inconsciente? O nosso inconsciente é o que em nós é menos ilusório e mascarado e é ele que mistura coisas lá de fora com as cá de dentro e faz os sonhos surreais que lembram por vezes, as mais castanhas, as criações de Dali, as mais vivas, as de Kush. Então, serão estes sonhos ilusórios ou o mais verdadeiro espelho ao qual nos podemos estrangeiramente ver? Ilusório significa não ter acontecido no exterior? Então e o que se passa dentro não vale nada? Talvez designemos este nosso subconsciente de ilusório por medo.
A quimera não existe porque tudo o que eu sinto, sei ou empurro está na minha mente, por percepções. Oh God! O ilusório não existe. Existe sim o físico e o não físico.
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