Mini-cenouras
Há dias em que nada adianta. A anormalidade supera tudo e não deixa se viver como o todo. Ai, tudo cai, ficando torto e afigurando-se estranho. A reacção natural é rir, rir descontroladamente.
E o normal? O normal é chato mas tão estupidamente essencial. O modelo é importante para entender certas coisas e para não haver perdidos. Que desorientação, mas que conforto, que liberdade.
Oh, tantas vezes o problema é "isso não se faz". Onde está o drama em descascar um pêssego para comer, à porta do estádio, antes de um treino de futebol? O que tem de mal em gritar e saltar de alegria no meio das pessoas? Onde está a falta de educação em nos espreguiçarmos da forma que entendermos naqueles momentos de preguiça (redundância propositada)? É tão gostoso! Por que não elogiar algo num desconhecido, se gostámos tanto? Parece que os olhos das pessoas agora são celas intransponíveis. Conseguimos deixar de fazer coisas que dão tanto gozo, por... pieguices!
E espreguiçarmo-nos, gritar... não é anormal, é muito muito normal. Este completamente estranho e desfigurado preconceito é que me mata. Nascemos todos porcos e depois andamos a ensinar aos nossos filhos para não se sujarem. É tão bom sujar-se (isto lembra-me qualquer coisa)!
O normal, então, é para nos orientar a perceber que este preconceito é irracional e nos aprisiona. O anormal não é para nada. É. E isto é muito melhor.
1 comentário:
Kill socialmente correcto!
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