Por vezes, embrenha-se de tal forma na sua mente, que se esquece de olhar, até mesmo dos olhos.

A cor do assunto

A força que nos traz de volta

Por vezes, mesmo com esta maravilha de planeta que nos emprestam, nós deixamo-nos cair, filtramos as belezinhas e envolvemo-nos naquele negrume pesado. Olhamos para o espelho e aquilo que vemos causa-nos um desconforto tal que enjoamos de nojo. Caídos, o que acontece bem não existe. O tédio, pensamos que é o tédio. No entanto, mantemo-nos ocupados. Fazemos, fazemos, fazemos nada. E é aí. Aí é que está o enfado, o desânimo. Não é nas acções em si, é no que elas não produzem. Sabemos que fazemos. Ai, mas não sentimos que o feito seja útil! Mesmo sem entender isto racionalmente, é este sentimento que nos empurra. Nós, caímos.
E tendo tudo, não nos desenvolvemos para obter, para apenas para ter. Tantos de nós somos ociosos. E aquela moleza, que nos descontrai e até nos deixa apreciar melhor as coisinhas, sabe bem. Mas farta. E é quando isso acontece que chega o amigo tédio, já tão conhecido. O entusiasmo! É o entusiasmo que foge. Têm a mesma carga, não podem estar juntos. E como o chamar? É que mandar embora o tédio não resulta porque ele fica se pedem o contrário. Ele não responde a contrários, ele só responde a uma vontade de querer algo, não de não querer algo. Não querer o tédio? Querer o entusiasmo. E isto é motivado pela utilidade de certa acção. Ao avistar um resultado ÚTIL, queremos o entusiasmo para o concretizar. E querer o entusiasmo já é estar entusiasmado.
A moleza é óptima, o empenho também. Dediquemo-nos à utilidade. Relaxemos na utilidade.
E é esta força que nos puxa de volta à alegria de viver, é a sensação de merecermos o planeta emprestado.

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