Por vezes, embrenha-se de tal forma na sua mente, que se esquece de olhar, até mesmo dos olhos.

A cor do assunto

Outono

De manhãzinha, bem acordada mas ainda na delícia confortável do sono, mordia a maçã fresquinha e embrenhava-me na Natureza. O vento estava determinado e as folhas obedeciam, caindo de boa vontade, reparando na sabedoria do sopro. Os passarinhos tímidos, sem saber se podiam cantar, tal era a majestade da natureza nesta manhã. O aconchego que o céu obrigava sentir dava-me energia para o dia.
Dali a pouco, lá em cima, o vento continuava determinado, mas as asas aguentaram-se bem e a instabilidade era divertida. O Sol brilhava mais perto e não me deixava sentir medo. Eu obedecia, conhecendo a sua sabedoria.
Olhei e reparei num bando de pássaros que dançava numa sensatez de profissional que sente o espírito do espectáculo. De cima, via a sombra do bando que mal acompanhava os movimentos, pequenina diante da sua graciosidade. O céu mantinha-se nas cores incapazes de parar de nos dar apoio.
Agradecida.

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