LUA
Lembro-me tão bem do "Pequeno Cavalo Branco", um livro que a minha mãe me deu quando eu era pequena. Havia muitas descrições da noite e da Lua a iluminar os bosques... Luz prateada! Era essa a expressão. E eu criava uma imagem mental tão bonita, tão pura, tão completa.
É essa luz prateada que agora me ilumina, quase exclusivamente. Oh, como me deleita tal carícia por sua parte. Obrigado vida, obrigado Deus.
Ontem Pessoa dizia que quando falamos "amo-te" não amamos realmente porque todos o dizem, todos temos mentes diferente. Todos temos alma, todas elas distintas e sentindo de formas não iguais. Discordo. O sentimento que vem cá de dentro é essencialmente o mesmo: é como a sede ou o prazer, acho eu. Claro que é possível dizê-lo sem sentir. Acho que é daquelas coisas que não valem a pena ser explicadas, não precisa de o ser. O amor, só por si, já preenche e não quer dúvidas nem contestações porque é muito cá de dentro e a razão dirá que não amamos se a tentarmos encontrar no amor.
Inspirar a Lua sem a desfazer: não é óptimo? É o ideal de perfeição: inspirar a vida sem a desfazer e até a lhe dar algo de nós, sem nos desfazermos. Oh! Fantástico! É essa a meta: dar recebendo, sem destruições.
Este crepúsculo em cima de mim, tão misteriosamente longe mas tão dentro de mim, não vai embora, pelo menos no meu tempo. E perceber que os antigos estavam tão certos! E perceber que tantas vidas só num planeta que anda, sem ficar tonto, em volta do Sol, são multiplicadas infinitas vezes por cada estrelinha que ilumina aqui em baixo, aqui dentro, intermitentemente.
E ainda não entendi se Deus é uma entidade. Entidade pressupõe personalidade e isso seria injusto... Bem, é melhor sentir só ele a fazer-me cócegas do que pensar.
Agradecida pela magnificência da Lua, acho que a Deus.
2 comentários:
Doce lunática
Luz natural e silêncio. O melhor da vida, sem duvida. E talvez um pouco de música.
Claro que concordo com Pessoa. "Amo-te" não é so dizer, é fundamental senti-lo. E acho que todos tem sentimentos diferentes. Ninguém sente da mesma maneira. Opinião minha.
O amor! Existe tantas formas de sentir o amor, e como tu disses-te, não vale mesmo a pena ser explicado. É uma coisa tão nossa.
Oh Adriana! Continuas a escrever como nunca. Como muitos já te disseram, tens um dom. Um dom bem grande. Sim, as vezes tornasse dificil perceber o que queres dizer, mas não deixa de ser uma texto belo.
Continua querida, com este teu belo blog, com estas belas ideias, e tão belos textos.
Adoro-te minha querida. : D
Enviar um comentário