Abri a janela e apressei-me a pôr a cabeça de fora ansiosa por sentir os pingos vindos de uma névoa que pouco tinha de misteriosa. Ai, mas havia qualquer coisa lá em cima que me protegia. E não eram as meias. De qualquer forma, fiquei ali a sentir a humidade e a absorver o cenário jovem. Branquinho mas não de neve, seco mas não porque não chovia, melódico mas não por pássaros cantarem, refrescante mas não porque estava frio ou vento. Estava a nascer e precisava de tempo. Eu observava e deitei-me ali ao parapeito, nascendo com o cenário. Nasci de uma névoa não misteriosa, seca por um Sol inexistente.
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