Let it be
Os olhinhos sorriem descaradamente e o coração dança como louco. A alma enche-se e musica. E assim vai, deixando-se ser, deixando ser. Mas nem sempre, porque há momentos em que gira sobre si mesma, desgrenha-se e berra.
A sensibilidade cresce e os gestos da outra alma tornam-se enormes. O arrependimento vem fácil, mas a satisfação compensa. E a alma fica meio estranha, sempre tentando pensar em vez de sentir. Ah, mas ele amolece-a, aconchega-a de tal forma que ela não se mexe, apenas sente e deixa-se ser. E passado um tempinho, logo vem o desgrenhanço. E é aí quem vem a Mãe Maria sussurando palavras sábias. Seja ela quem for. Depois de erguida, a alma pensa. Pensa demasiado, nem se redime tão facilmente. Não entende a sabedoria das palavras. Vai vivendo e só depois de alguns momentos, olhando para si, vislumbra a música. Ouve agora as palavras. É então aí que se deixa sentir. E compreende que deixar-se ser é deixar-se sentir, que se lixe a razão, ela aqui não existe. Volta a deixar-se encher e volta a musicar, no entanto, agora, não se desgrenha. Agora chora um pouquinho. Mas volta num instante, até repousar em si e nele.
Assim vai amando.
1 comentário:
Bem disse a Bea qe este post era muito fofinho =P
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