Por vezes, embrenha-se de tal forma na sua mente, que se esquece de olhar, até mesmo dos olhos.

A cor do assunto

certo

Ai, os hábitos trazem-nos aquela segurança sossegada. No entanto, os hábitos também nos apoquentam, naquela sua rotina que até faz adormecer. Desassossegam por sossegarem tanto. E trazem aquele radical desejo de mudar de vida. Viagem, mudança de look, reconstrução de ideais, agitação provocada, experiências novas. Sobre estas mudanças todas, vendo objectivamente, trocamos a rotina, mas não deixamos de ter uma. É aqui que está, é essencial a nós, pessoas, assentar nalgum meio, em alguma outra pessoa ou em nós mesmos, mas assentar. Precisamos que algo nos prenda, ou que nós próprios nos agarremos. Aliás, não é assentar é essencial a nós, pessoas; assentar é aquilo que faz com que sejamos uma pessoa, uma única pessoa. E não várias. Assentar é criar laços. E os laços carecem de tempo, o tempo das relações não das horas, para se formar e cimentar.
Os hábitos agarram-nos a uma vida dentro da qual variamos. E, sem uma rotina, não seríamos capazes de nos movimentarmos em nós próprios. É aí que os hábitos, tantas vezes irritantes, nos ajudam a viver, nos dão espaço para reflectir.

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