Hoje uma pomba branca passou por cima de mim e pousou ali perto, acompanhando-me na reflexão.
Como é bom viver!
Quando o mundo exterior derrotou a alma e esta pouca resistência ofereceu, ele pode estar em ruína e atingir a alma com tudo o que de mau existe, mas a vida permanece. Estando vivos, temos a garantia que não morreremos nunca, como almas. Apesar de tudo parecer desabar, isso é facil mudar porque tudo depende do que temos aqui dentro, e ainda somos livres! Sendo assim, o amor parece estar na dádiva.
Imaginando a alma na sua essência, calma e bem. Olhamos para cima, inspiramos fundo, e inevitavelmente nos invade uma energia agradável. Sabemos que o dia se segue à noite. Sabemos que temos um chão que nos suporta, uma força que nos agarra a este planeta. Sabemos que o Sol é energia. A nossa mente é incrível, as nuvens deixam-nos sentar sem problemas, a música já nasceu connosco, as imagens que aparecem aqui dentro mantêm-se, se lhes dermos importância. O coração bate a um ritmo que nos permite viver rindo, correndo, criando, viajando. A vida nas plantas é o que nos dá o que respirar, o que comer, o que admirar. Os animais. Em cada um deles encontramos encantos e até inspiração. A praia ao fim da tarde, com o Sol a pousar lá longe mas aqui dentro, com a certeza que cumpriu a sua missão do dia, as gaivotas a emitirem aqueles sons que nos despertam, as ondas a rebentar sem medo das rochas, despoleta a reflexão em mim, mais, o amor. As almas de quem gostamos enchem-nos de satisfação e vontade de fazer mais e melhor, porque são capazes de amar. Nós temos a capacidade de amar! E as relações são prioridade para o bem-estar, de qualquer pessoa. Como alguém disse, a felicidade só é real quando partilhada.
Dão-nos a vida, a capacidade de amar, este planeta repleto de beleza e barulhinho bom. Suavidade, cor, aroma. Cabecinha. Ai, se quem nos deu isto não nos ama, o amor não existe.
por Rato Grande à(s) 22.1.09 0 comentários
A culpa não é da tecnologia nem dos tempos. Cada um de nós tem o livre-arbítrio. Nós é que decidimos com o quê nos distrairmos ou não. Ai, é um paradoxo, isto da liberdade. Sempre que se reivindica a liberdade, o que se reclama é a liberdade de nos deixarmos prender. É mais confortável.
por Rato Grande à(s) 15.1.09 0 comentários
Abri a janela e apressei-me a pôr a cabeça de fora ansiosa por sentir os pingos vindos de uma névoa que pouco tinha de misteriosa. Ai, mas havia qualquer coisa lá em cima que me protegia. E não eram as meias. De qualquer forma, fiquei ali a sentir a humidade e a absorver o cenário jovem. Branquinho mas não de neve, seco mas não porque não chovia, melódico mas não por pássaros cantarem, refrescante mas não porque estava frio ou vento. Estava a nascer e precisava de tempo. Eu observava e deitei-me ali ao parapeito, nascendo com o cenário. Nasci de uma névoa não misteriosa, seca por um Sol inexistente.
por Rato Grande à(s) 3.1.09 0 comentários