À XANA.
Olhava com tristeza os meus arredores: olhava com vergonha lamentável. Uma forte luz desviou o meu olhar e focou-o em si. Era a mais pura luz: não ofusca os olhos humanos, mas a sua consciência. A luz era a Lua! Ai, aquele astro que se permite ser paisagem. Aquele astro que nos leva com ele para os mais distantes sonhos. Sonhos distantes porque são aqueles da nossa alma, da nossa alma e não da nossa animalidade de ter. Redondíssima, grande, cativante. Quero quase morrendo não ter necessidade de mais nada senão de a contemplar, seguindo-a na viagem pelo espaço de abstracções.
Dedico-te a ti, Xana. Dedico-te estas palavras porque sei que valorizas, porque sei que as vais sentir.
Grata, Dri.